Os colecionadores de carros estão dispostos a pagar por modelos antigos. Carros nacionais das décadas de 60 e 70 hoje podem ser vendidos por três vezes mais que o seu valor original.
O hobby de colecionar modelos antigos de carros é chamado de antigomobilismo. Não deixa de ser um investimento, porque há alguns desses modelos que valorizam de 50% a 100% ao ano. Ao contrário da desvalorização sofrida quando se compra um carro 0 km, o modelo colecionável, depois de 20 anos começa a somente valorizar, vai ficando cada vez mais raro. É um hobby que dá lucro.
Depois de quase meio século, há carros como o Volkswagen Fusca e o Chevette que, em bom estado, são anunciados por um valor equivalente a três vezes o seu preço original, equivalente a um carro popular seminovo. Modelos esportivos, produzidos em 1980 ou 1990 podem conseguir um valor aproximado de R$ 70 mil.
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Mas é difícil se os carros atuais poderão ser igualmente valorizados no futuro. Para os colecionadores o que pode impedir que um dia eles se tornem clássicos “Cult” valorizados é o excesso de peças plásticas e a tecnologia importada empregada, o que dificulta a sua manutenção.
No entanto, é possível que alguns consigam se manter valorizados, como aconteceu com os antigos, porque as chapas de que são fabricados atualmente não são corroídas pela ferrugem, o que vai fazer com que se mantenham em bom estado mais facilmente. A questão agora é sobre a durabilidade do excesso de peças plásticas que são empregadas na sua fabricação.
Tentando adivinhar o que será colecionável
No Brasil, existe o clube Veteran Car Club, que, nos anos 1990, lançou, um prêmio chamado “Futuro Clássico”, tentando adivinhar os modelos que se manteriam na preferência dos consumidores e manteriam um público fiel. Já receberam esse troféu o Volkswagen Gol GTi, o Ford Escort XR-3 e o Chevrolet Monza SR.
Quando foram premiados não havia a certeza de que seriam colecionáveis, mas foi o que aconteceu.
Um colecionador, Marcelo Berek, comercializa esses carros antigos. Para ele, os modelos atuais do tipo conversível e esportivo, além das séries especiais, são fortes candidatos a se tornarem colecionáveis. Os do tipo quatro portas, segundo ele, dificilmente se tornam clássicos procurados. A maioria acaba como carro velho, sem nenhum valor.
Se depender da intuição do colecionador, o Peugeot 206 Rallye 2004 é a aposta para o futuro. Além disso, o Renault Sandero RS e o Fiat Tempra duas portas também parecem fortes candidatos a artigo de coleção. De preferência se forem vermelhos.
Fuscas tem público garantido
Mesmo os especialistas não sabem explicar porque o valor dos antigos se torna alto. O Fusca tem valor garantido, em qualquer tipo e modelo. Mas um original da década de 60, sem retoques, vale mais do que aquele que foi restaurado, na pintura e mecânica. Estabelecer o preço é difícil, depende de momento e lugar. É possível conseguir uma valorização de 50% em apenas cinco anos, dependendo da moda do mercado. Isso tem acontecido com o Escort, por exemplo.
Um dos fatores mais importantes para determinar o preço de um antigo é o seu valor emocional. Quando o modelo faz parte da história da família, foi de um avô ou durante muito tempo permaneceu como sonho de consumo do comprador, ele pode pagar por aquele carro, por mais que isso custe, se estiver em melhores condições financeiras no presente.
Séries especiais e esportivos vão manter o preço
Carros que tem mais chance de valorização parecem ser os de série especial e os esportivos simples. Os carros com mecânica complexa têm menor chance de permanecerem em bom estado com o passar do tempo, devido às dificuldades de manutenção.
O Renault Sandero RS tem mecânica simples e potencial para se valorizar
Cores especiais
Modelos comemorativos
Modelos comemorativos têm muita chance de se tornarem clássicos. É o caso do Volkswagen Gol Vintage, lançado em 2010, com apenas 30 unidades produzidas, para celebrar os 30 anos de existência do modelo hatch. A ideia é de que quanto mais raro, maior o valor do carro no futuro.
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Por outro lado, há carros que foram lançados como série para comemorar o final de sua produção. São dotados de detalhes e acessórios exclusivos, que certamente pesam na futura valorização. É o caso do Vectra Collection, com bancos de couro e pintura verde.
O mercado de carros antigos está crescendo
Existe um nicho de mercado para automóveis antigos, que vem crescendo, com eventos inéditos. É um mundo nostálgico. Os modelos produzidos nas décadas de 50, 60 e 70 estão nas mãos de donos que dificilmente se desfazem deles. Para quem quer arriscar e começar com um carro colecionável, a alternativa é pesquisar novos modelos que tenham potencial para terem valor mesmo depois de décadas.
A publicação National Automative History Collection já elegeu os carros que muito provavelmente estarão nas mãos de colecionadores por volta do ano 2035, o Chevrolet Camaro, o Ford Mustang, o Ford Flex, o Dodge Challenger, o Chrysler 300C, isso nos Estados Unidos. No Brasil, o favorito dos especialistas é o Ford Escort XR3. Se for conversível será ainda mais valioso. Os conversíveis ainda povoam as fantasias dos colecionadores, sempre associado a uma lembrança da adolescência e juventude.
Kadett GSi
Foi um concorrente do Escort XR3 na época em que eram os carros mais desejados do mercado brasileiro. O carro oferecia uma versão cabriolet, tinha motor 2.0, bancos Recaro, painel digital e design do estúdio italiano Bertone.
Gol GTi
O GTI foi lançado em 1988 e sua segunda geração saiu em 1995. O primeiro GTI foi o primeiro modelo nacional equipado com injeção eletrônica, substituindo os antigos carburadores. Os colecionadores valorizam o que saiu com a cor azul Mônaco, mas há outras cores.
Volkswagen Passat Iraque
Esse não é um modelo esportivo, mas está na lista dos colecionáveis. Foi lançado em 1974 no Brasil. O sedã Passat foi uma referência, considerado na época um modelo de vanguarda. A Volkswagen exportou o Passat LSE para o Iraque, entre 1983 e 1988, por esse motivo tem o apelido de Passat Iraque. Passou a ser vendido no mercado nacional em 1986, igual ao modelo de exportação, com câmbio de 4 marchas.
Fiat Uno 1.5R
Versão esportiva do Fiat popular, com motor 1.5, cinto de segurança vermelho e nas cores amarelo e vermelho.
Chevrolet Opala 1992
Um Chevrolet Opala Gran Luxo 1974 chega a valer até R$ 45 mil e mesmo assim é difícil que o dono se desfaça dele. Existem ainda no mercado alguns Opalas mais novos, até 1992, quando o modelo foi substituído pelo Omega.
Volkswagen Santana Executivo
O Santana foi um modelo considerado de luxo e o primeiro a ser produzido com injeção eletrônica, com os mesmos componentes do Gol GTI. Foi forte concorrente para o Chevrolet Monza, que na época só disputava mercado com o Passat, passando a liderar o segmento mais sofisticado daquele período. O Santana tem 4 portas, ao contrário dos então duas portas. Foi fabricado de 1984 a 2006. A perua do modelo é a Quantum. A versão Executive tinha cores exclusivas, com rodas douradas.
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