3 de março de 2018. Acho que nunca vou me esquecer dessa data.
Era para ser uma manhã comum de sábado, onde eu iria levar o cachorro na casa da minha mãe para limpar a casa tranquilamente. Porém, eu não imaginava que um pequeno descuido pudesse transformar esse dia e os próximos 120 dias que se seguiriam.
Mas vamos começar do começo, como costumam dizer por aí. Tinha uma Montana 2012 e ia contratar um seguro, porém, decidi que venderia o carro.
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Foi então que desisti do seguro, afinal, contratar um e depois ter que transferir daria muito trabalho (pelo menos era o que eu pensava). Mas eu mal sabia o que era ter trabalho…
Vale começar dizendo que eu trabalho como redatora na área de seguros há 5 anos e atualmente curso faculdade de Gestão de Seguros, ou seja, não sou uma pessoa leiga, que não sabe como é importante ter um seguro. Porém, isso de nada adiantou quando eu optei por não renová-lo…
O dia que eu gostaria de esquecer
Quase todos os sábados eu levava meu cachorro na casa da minha mãe porque tinha que limpar a casa e ele fazia muita bagunça. Também não gostava de deixá-lo preso chorando.
Porém, ao invés de levá-lo em uma caixa de transporte, como é o correto transportar qualquer pet, decidi que deixaria que fosse na janela, tomando um ventinho, pois adorava isso.
Ele sempre ia na janela e se comportava. Nunca ocorreu nenhum problema e ele gostava tanto, então qual era o problema? Mas naquele dia seria diferente.
Meu cachorro se assustou com algo, pulou em meu colo e eu, por um segundo de descuido que fui repreendê-lo, me descuidei da direção.
Os segundos seguintes são uma página em branco. Tudo que eu lembro é de uma escuridão e depois um barulho bem alto de uma batida.
É como se você acordasse de um pesadelo assustada, mas visse que não estava em sua cama. Era tudo verdade!
Logo de pronto você se desespera. Acho que quem já sofreu algum tipo de acidente sabe do que estou falando.
São tantas imagens na cabeça ao mesmo tempo. Como fiz isso? Como vou pagar isso? O que vou falar para meu marido? O que vou fazer? Como ficou o cachorro? E agora?
Como é horrível se sentir assim
Tudo que eu consegui fazer na hora foi olhar para o lado e ver que o cachorro estava bem, me certificar de que não tinha me machucado, chorar e ficar olhando as pessoas vindo me socorrer e tentando me acalmar.
Diziam que estava tudo bem, ninguém tinha se machucado, que ia ficar tudo bem.
Graças a Deus ninguém havia se machucado, mas eu sabia que ia demorar para ficar tudo bem. O pesadelo estava apenas começando.
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Foi então que fui tentar entender o que houve. Há meia quadra da casa da minha mãe, enquanto passava na frente da minha sogra, consegui bater em um carro que estava estacionado na rua.
E esse carro bateu em outro, que bateu em outro.
O carro do meio foi esmagado.
Bati na traseira do Picasso e o impacto foi tão grande que ele subiu na calçada e esmagou o Gol que estava em sua frente na traseira de um Fiesta que estava à frente dos dois.
Isso mesmo: eram 3 carros e mais o meu para consertar.
E eu não havia feito o seguro.
E agora eu não poderia vender o carro.
E agora eu não sabia o que fazer.
Tentei passar o que houve várias vezes em minha cabeça, mas eu só lembrava do susto com o cachorro e depois do barulho da batida.
O que houve e como fui parar ali somente Deus sabia explicar.
E pelo impacto da pancada, levando em conta que eu estava dirigindo devagar após virar a esquina, eu devo ter acelerado o carro ao invés de frear porque não havia explicação para tamanha batida.
Ao invés de ficar tentando explicar como ficou, melhor ver com seus olhos na foto e ter uma ideia de como fiquei ao pensar que teria que arcar com todos os prejuízos.
E tudo que eu ficava me perguntando era: por quê? Por que isso aconteceu? Por que comigo? Faltava só meia quadra e eu teria chegado no meu destino.
Mas se tem uma coisa que hoje em dia eu já sei é que há coisas que não podemos evitar e há outras que precisam acontecer. Cabe a nós estarmos preparados para isso.
E eu não estava, pois não tinha feito um seguro, trabalhava como freelancer (sem salário fixo) e meu marido estava desempregado.
O que fiz depois?
Por ‘sorte’, eu havia batido na frente da casa da minha sogra em carros de pessoas conhecidas da vizinhança.
Todos me conheciam porque havia morado muito tempo ali e decidiram não fazer nenhum boletim de ocorrência porque sabiam que eu seria responsável e arcaria com os custos.
E eu realmente teria que arcar com os custos… O problema era saber como porque pela imagem já dava para saber que não ia ficar nem um pouco barato.
Havia uma funilaria bem na frente e chamei os funileiros para já começar a fazer um orçamento e ver o que podia ser feito.
E foi então que o desespero financeiro começou.
Quanto tive que pagar pelo meu descuido
Eram três carros e mais o meu. Era claro que não ia ficar barato, mas eu ainda tinha esperança de não ficar tão caro.
A luta começou.
O funileiro cobrou mais barato por ser conhecido.
Meu marido correu atrás de peças, pesquisou na internet, ligou em desmanches e fez de tudo para conseguir economizar ao máximo nisso.
E no final, a conta ficou assim:
Preço do conserto do Gol
Começamos pelo Gol porque ele não andava e o dono precisava dele para trabalhar. Ele foi o veículo esmagado entre o Picasso e o Fiesta.
Veja como ele ficou:
Peças:
- R$ 250 – capô, para-choque dianteiro, bigodinho
- R$ 450 – tampa traseira, faróis dianteiros, para-choque traseiro
- R$ 340 – painel dianteiro + traseiro + 2 piscas
- R$ 50 – lanterna
*Meu marido ainda conseguiu de brinde a lanterna traseira.
Mão de obra:
- R$ 1.300 de pintura
- R$ 1.100 de funilaria
Total do conserto do Gol: R$ 3.490,00.
Preço do conserto do Citroen Picasso
Foi o veículo onde eu bati.
Peças:
- R$ 1.500 peças – caixote traseiro, tampa traseira e para-choque traseiro
- R$ 251,90 – lanterna
- R$ 50 – maçaneta
- R$ 180 – vidro
Mão de obra:
- R$ 2000 – mão de obra funilaria
- R$ 2000 – mão de obra pintura
Total do conserto do Picasso: R$ 5.981,90.
Preço do conserto do Fiesta
Pelo menos esse não sofreu grandes danos e o Gol apenas bateu em sua traseira. Por isso não precisou de peças.
Mão de obra:
- R$ 300,00
Preço do conserto da Montana
Peças:
- R$ 65 – cocho
- R$ 35 – rolamento da correia dentada
- R$ 30 – gás do ar (conseguimos com um conhecido)
- R$ 450 – farol e painel frontal
- R$ 185 – viga
- R$ 300 – caixa de ar, suporte para-choque e radiador
- R$ 40 – correia
- R$ 340 – capô, para-choque, para-lama (conseguimos desconto porque compramos de um conhecido, que ainda deu outras peças de brinde)
Mão de obra:
- R$ 2000 – mão de obra funilaria
- R$ 2000 – mão de obra pintura
- R$ 100 – lavagem dos bancos (devido ao incidente com o cachorro)
Total do conserto da Montana: R$ 5.545,00
Total de todos os consertos: R$ 15.316,90
Somando o guincho que paguei para trazer a Montana aqui e levando em conta que tive sorte da funilaria ser perto e não ter que guinchar todos os carros, como o guincho custou R$ 70 + R$ 15.316,90 = R$ 15.386,90.
Vale dizer que esses valores ainda estão abaixo do mercado porque houve uma grande negociação e todas as peças foram compradas pelo meu marido. Ou seja, o conserto poderia ficar até o dobro desse valor se ele não tivesse me ajudado cotando preços de peças na internet.
Além disso, ele conseguiu negociar bastante com a mão de obra porque conhecia os profissionais.
Digo que foram 120 dias de pesadelo porque tive que consertar um carro de cada vez, pagar as despesas de forma parcelada e depois vender a Montana porque essa era a ideia inicial.
Mas o problema foi eu ter deixado o cachorro solto no carro, não foi?
Pode ter sido um descuido ter deixado carro no banco do passageiro e foi um deslize de momento que gerou todo esse estresse, mas mesmo que você prenda seu cachorro, está sujeito a se distrair com o celular, com uma conversa ou algo que veja na rua e te tire a atenção do volante.
É algo que pode acontecer com qualquer um. Não importa se é homem ou mulher, jovem ou idoso: todos estamos sujeitos a momentos de desatenção no trânsito que podem gerar um prejuízo desse.
Se eu tivesse apenas deixado o cachorro solto, mas tivesse contratado um seguro, teria que arcar apenas com a franquia e nada mais.
E com certeza esse pesadelo teria acabado na metade do tempo ou até antes e eu não teria passado tantos dias de desespero. Então posso ter errado com o cachorro, mas errei muito mais com a falta do seguro.
E se eu tivesse um seguro de carro?
Você pode pensar que pelo fato de eu escrever para um site de seguros e cursar uma faculdade de gestão de seguros, quero te convencer que precisa ter um seguro.
Porém, veja que não é bem assim: eu mesma já achei que podia ficar um tempo sem seguro até vender meu carro.
Nós sempre pensamos que isso não pode acontecer com a gente.
Eu sou daquelas motoristas que fica parada no cruzamento até mais tempo do que necessário só para ter 100% de certeza que dará tempo de atravessar.
Quantas vezes não fiquei esperando um carro passar e vi que daria tempo de ir tranquilamente, mas pelo excesso de cuidado e por não saber com certeza a velocidade que ele vinha, eu esperei.
Talvez por já ter sofrido um acidente de moto, onde quase perdi a vida, que foi ocasionado por um descuido de um carro que não soube parar no local certo – mas isso seria uma história para contar em outro momento -, eu sempre fui cuidadosa no trânsito.
Mas mesmo sendo cuidadosa e tomando tantas precauções, eu ainda consegui me distrair por um segundo. Um segundo que custou R$ 15.386,90 e mais 120 dias de pesadelo.
Aí você deve pensar ainda: ah, mas isso não vai acontecer comigo.
Ou ainda: a probabilidade disso acontecer é muito pequena. Para que pagar um seguro diante de uma possibilidade mínima?
E eu te respondo: se eu tivesse um seguro, teria feito um boletim de ocorrência, acionado a seguradora, pagado a franquia e pronto. Não teria que me preocupar com mais nada.
Se eu tivesse um seguro, teria economizado R$ 12.686,90 (porque a franquia seria de R$ 2.700 pelo seguro).
Se eu tivesse um seguro, teria dormido bem durante os 120 dias que se passaram após o acidente. Mas eu tive pesadelos durante muito tempo e noites em que fiquei acordada trabalhando pelo fato de não conseguir dormir e ter que trabalhar dobrado para poder pagar tudo.
Se eu tivesse um seguro, talvez minha pele estaria bem melhor porque eu não tivesse chorado tanto com medo de não conseguir pagar tudo.
Se eu tivesse um seguro, poderia ter comprado um carro de R$ 35.386,90, juntando o valor da venda da Montana (R$ 20 mil) + do conserto dos carros (R$ 15.386,90).
Se eu tivesse um seguro, poderia ter vendido meu carro por R$ 20 mil, comprado um carro de mesmo valor e usado o dinheiro que gastei do conserto para viajar.
Se eu tivesse um seguro, não estaria esgotada mentalmente e tão cansada psicologicamente depois de passar 120 dias trabalhando o dobro (manhã, tarde e noite, feriado e final de semana) para poder ter condições de pagar tudo, mesmo que fosse parcelado.
Agora você pode responder: acha mesmo que vale a pena pensar que está economizando ao não pagar um seguro?
Ainda vai ficar pensando que isso nunca vai acontecer com você?
Sim, você pode pagar um seguro e nunca passar por isso e, com certeza, é isso que todos preferem (ter e não precisar usar). Afinal, quem gosta de sofrer um acidente?
Mas sim, você pode ter algum imprevisto a qualquer momento e o seguro vai te ajudar a superar pelo menos a parte financeira.
Hoje em dia eu já aconselho todo mundo a ter um seguro porque depois que acontece não adianta querer se arrepender.
Se já existe um ditado antigo que diz que ‘prevenir é melhor que remediar’, é bem assim que um seguro funciona.
Esse não é o conselho de uma pessoa que escreve textos sobre seguro e cursa uma faculdade de Gestão de Seguros. Porque se fosse um conselho de uma pessoa assim, ela não estaria sem seguro, concordam?
Esse é o conselho de uma pessoa que gastou R$ 15.386,90 e passou 120 dias de pesadelo simplesmente por ter achado que o pior nunca iria acontecer e ter esquecido que qualquer pessoa está propensa a segundos de descuido no trânsito.
E você, vai continuar contando com a sorte?
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