Veja sobre rachas e a segurança no trânsito. Uma disputa ilícita praticada em rodovias e vias urbanas causadora de graves acidentes de trânsito.
Os jovens praticam os rachas, com carros ou motocicletas, procurando destacar-se socialmente, valorizando a velocidade e adrenalina. Nesse jogo, notadamente masculino, vale ostentar carros potentes, mostrar valentia e agressividade. Os jogos podem ser praticados por motivo de apostas em dinheiro, prestígio com mulheres e disputas pessoais.
Rachas raramente ocorrem de forma espontânea ou eventual entre os que disputam, mas são planejados. Os rachas são organizados com auxílio da internet, em redes sociais e através do celular, tentando evitar a atenção da polícia. Nas grandes cidades do Brasil, muitas vezes os rachas são o principal motivo para graves acidentes com vítimas.
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Referências no cinema
Os rachas ou corridas competitivas na cidade já foram tema de muitos filmes. Um que se tornou clássico foi O Selvagem (The Wild One), estrelado por Marlon Brando. É difícil de acreditar, mas esse filme foi muito polêmico e inclusive proibido de ser exibido na Inglaterra por 14 anos. Os motociclistas fora da lei invadem uma pequena cidade da Califórnia, com um comportamento agressivo, promovendo competições de motocicleta, o que na época parecia chocante e hoje parece quase ingênuo. Marlon Brando, usando jaqueta preta de couro, na sua moto, marcou época, com uma imagem que se tornou a representação sexy da juventude rebelde. Outros filmes atuais se fundamentam nesse tipo de competição, como Velozes e Furiosos, Nitroglicerina, Quem Não Corre Voa, Turbinados, Red Line e outros.
Os rachas no Brasil
Os rachas sempre causaram muito prejuízo, em acidentes com vítimas fatais e feridos. Tanto os pilotos, como as pessoas que assistem, outros carros e mesmo pedestres desavisados podem ser atingidos. Em um encontro de racha é comum o consumo de drogas e álcool. Muitas vezes há envolvimento de menores, prostituição e roubo de carros.
Há centenas de acidentes de trânsito registrados anualmente e relacionados com rachas. Vítimas fatais que foram atingidas por apostadores se tornaram conhecidas através da mídia, como a jovem Mayana, em fevereiro de 2013, cujo carro foi atingido por dois competidores, Seila, que estava em uma moto atingida durante um racha, e Rafael Mascarenhas, filho da atriz Cissa Guimarães. Ele praticava skate em um túnel fechado para manutenção, na zona sul do Rio de janeiro, quando dois carros disputando racha em alta velocidade entraram inesperadamente no túnel e ele foi atropelado.
Os rachas são organizados
Os que praticam os rachas conseguem se organizar, pelas redes sociais da internet. A organização tenta dificultar o trabalho da polícia. Há equipes de competidores em todo o Brasil, que participam de corridas clandestinas. Os locais com maior frequência são Rio de Janeiro, São Paulo, Campinas, Ribeirão Preto e algumas cidades mineiras. Em Piracicaba a polícia prendeu em flagrante 3 pessoas, de um grupo de 20 participantes, em que a maioria era menor de idade.
Competição por arrancada
Neste tipo de disputa, os concorrentes competem em um trecho em linha reta, de mais ou menos um quilômetro, acelerando e avançando até uma linha predeterminada. Ganha quem chegar primeiro. Pode acontecer com dois ou mais competidores, que treinam quem é mais hábil e rápido na troca de marchas.
Competições ponto a ponto
Neste caso, os competidores precisam chegar um ponto determinado de chegada, saindo do mesmo porto de partida, mas escolhendo livremente os caminhos que farão para isso. Podem decidir usar estradas menos movimentadas, atalhos, mas também cruzar regiões urbanas, sem limites ou regras.
É um tipo de competição muito adotado no Brasil e em outros países. Os pilotos tem, muitas vezes, a companhia de mulheres, chamadas de mascotes. Entre eles há menores de idade, sem habilitação. É preciso ter habilidade, técnica e noção de geo-localização.
Algumas cidades brasileiras têm equipes de rachas e seus participantes são celebridades nesse ambiente clandestino, bem conhecidos da polícia. Em Campinas, por exemplo, no último evento que ocorreu em 2007, houve uma ação policial, que identificou a maioria dos participantes, que costumavam competir num local chamado Galpão, na zona sul de Campinas, que está interditado.
A estatística mundial da ocorrência de rachas coloca o Brasil em quarto lugar, atrás dos Estados Unidos, Japão e Arábia Saudita. Nos EUA há um glamour em torno dos rachas, como símbolo de valentia e masculinidade e na Arábia Saudita essa é uma forma de rebeldia contra o opressor sistema político.
Competições com derrapadas ou Drift
As derrapadas são provocadas pelos pilotos, fazendo com que o carro perca a aderência nos pneus traseiros, deslizando e girando para os lados, com ajuda do freio de mão. Ela é mais possível em carros com tração traseira, mais comum em carros importados. Os carros com tração dianteira não possibilitam o mesmo efeito. É um tipo de disputa que acontece com mais frequência na periferia de São Paulo.
O racha é infração gravíssima
Desde 2014, quando as punições para os crimes de trânsito ficaram mais severas, os rachas, ou disputas por espírito de emulação, se tornaram infração gravíssima, com 7 pontos na Carteira e multa de R$ 1915,40. Além disso, o veículo será apreendido e o motorista tem sua CNH suspensa. A proibição aos rachas está nos artigos 173, 174 e 175 do Código de Trânsito.
A lei foi adotada para reduzir o número de acidentes e mortes no trânsito, punindo com mais rigor os que desrespeitam as leis e buscando mudar o comportamento no trânsito.
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O artigo 173 proíbe a competição e o competidor, o artigo 174 pune a promoção da competição, a realização de eventos para a competição. Qualquer demonstração de perícia fazendo manobras com um carro nas vias públicas é considerada competição ilegal, desde que não seja em um evento autorizado por autoridades.
Assim também, o artigo 175 proíbe exibir manobra perigosa, arrancadas bruscas, derrapagem com deslizamento, frenagem com arrastamento de pneus. A multa, em todos os casos é de R$ 1915,40, com 7 pontos na Carteira.
Além disso, o artigo 191 proíbe e pune a ultrapassagem perigosa, que significa forçar a passagem entre veículos que transitam em sentidos opostos. Essa manobra, considerada infração gravíssima, pode fazer parte de um racha e afeta a segurança de todos na estrada.
Outra manobra perigosa e punida como infração gravíssima, que pode fazer parte de um racha, é ultrapassar outro veículo pelo acostamento, que consta do artigo 202 do Código Brasileiro de Trânsito.
Portanto, a multa para quem participa de racha é a mesma que para quem dirige alcoolizado. Com mais rigor será aplicada se houver atropelamento e morte em razão da corrida na rua, quando então será configurado homicídio doloso, com pena de até 10 anos de reclusão.
O racha é um crime, que põe em risco a vida. Num país com um índice de 45 mil mortes por ano no trânsito, não se pode acreditar que é morte decorrente de um racha é um acidente.
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Conteúdo revisado por Walter Tadeu de Oliveira Filho, Corretor de Seguros – Registro SUSEP: 201103878
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