As novas tecnologias digitais de transporte coletivo e hospedagem estão obrigando as empresas do setor de seguros a criar coberturas que atendam novo perfil de usuários
Atualmente, carros particulares passam a ser utilizados para o transporte de passageiros, através de aplicativos. Da mesma forma, no inovador setor de hospedagem, o aplicativo Airbnb também exige respostas criativas das seguradoras. A partir do momento em que uma casa, que antes tinha uso restrito à família agora recebe desconhecidos, é necessária uma cobertura contra roubos específica.
Um novo modelo de escritório, o home office, também desafia o setor de seguros, por colocar equipamentos caros, como computadores, tablets e smartphones em um ambiente residencial, e que precisa de cobertura para eventualidades como incêndios. Nesse caso, a seguradora repõe o prejuízo que possa acontecer.
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As seguradoras estão ampliando e adaptando suas coberturas para essa nova realidade, que exige diversificação de seus produtos, com o oferecimento de serviços que possam atender às demandas das novas tecnologias, oferecidas pelos aplicativos.
Quem procura novas modalidades de seguro
As novas coberturas de seguro para home office estão sendo procuradas por engenheiros, fotógrafos, arquitetos, advogados, consultores e contadores. O valor do seguro varia de acordo com os objetos segurados, que estão no imóvel.
As casas que funcionam eventualmente como hotel também têm seguros específicos. A Tokio Marine, por exemplo, desde 2017, está incluindo em seus produtos os que se destinam a cobrir as residências que são disponibilizadas para receber hóspedes, através da plataforma Airbnb. Conforme informa a seguradora, essa é a modalidade mais cara e completa, o preço equivale a 50% a mais do que um seguro de residência que não é alugada temporariamente e que tem indenização menor, com risco menor, já que os usos são distintos.
Quando uma residência segurada passa a fazer parte do cadastro desse tipo de plataforma para hospedagem, a seguradora deve ser avisada. Isso para que não haja alteração da natureza da ocupação, sem o conhecimento da empresa de seguros, afirma Danilo Silveira, representante da Comissão de Riscos Patrimoniais Massificados da FenSeg (Federação Nacional de Seguros Gerais).
No Brasil, a Airbnb tem inclusa a “garantia ao anfitrião”, para cobertura de danos à propriedade. Caso o usuário queira segurar móveis ou objetos de valor, contra roubo ou furto, poderá fazer o seguro.
Seguros para veículos de transporte por plataformas digitais
Na área de transporte coletivo nas plataformas digitais, é comum não avisar a seguradora sobre a mudança no tipo de uso do veículo. Os motoristas de aplicativo geralmente não mudam a apólice, só o fazendo em 10% dos casos. Os demais continuam com o seguro como se o carro fosse particular com uso restrito a essa finalidade. Isso acontece porque a diferença de preço é muito grande, podendo ser o dobro no caso de alteração do uso de carro de passeio para comercial.
Entretanto, se houver um sinistro com o carro e ele estiver segurado como carro de passeio, a seguradora poderá se negar a pagar a indenização, o que coloca o proprietário do carro em uma situação bastante arriscada. O valor aumenta porque o veículo corre muito mais riscos para furtos, roubos ou colisões. A variação de preço vai depender da região em que o carro se localiza e a idade do motorista e em alguns casos chega até a triplicar de valor.
Um carro particular, que começa a ser utilizado para transportar passageiros, pode ter o seu seguro com valor de R$ 1.200 passar para R$ 3.000. Isso à vista, se for parcelado, o preço final será ainda maior. Mas o risco de rodar no trânsito o dia todo faz com que os proprietários adquiram o seguro.
Os aplicativos para motoristas modificaram o cenário dos seguros
O número de motoristas trabalhando com aplicativos como o Uber, Cabify e 99 cresceu extraordinariamente no Brasil, sendo que no final de 2017 esse número chegou a ser 10 vezes maior do que em anos anteriores, num número aproximado de 50 mil motoristas, somente no aplicativo Uber. Esse crescimento foi impulsionado inegavelmente pela situação de aumento do desemprego no país.
Com esse aumento da procura, as seguradoras ajustaram os preços. São novas tecnologias que desafiaram o conhecimento das empresas de seguros, que não estavam adaptadas para o crescimento exponencial dessa modalidade. De acordo com especialistas, como da agência Comparaonline, por exemplo, no Rio de Janeiro, às seguradoras nem se preocuparam realmente para oferecer produtos adequados ao segmento. Ao contrário, algumas chegam a recusar os motoristas de aplicativo, em virtude do risco de roubo ser maior do que o táxi, já que se trata de carro particular, muitas vezes de marcas populares cujas peças são procuradas no mercado clandestino.
Os preços dos seguros para carros usados em aplicativos cresceram 32,2%, em média, no Rio de Janeiro, no primeiro trimestre de 2018, em comparação com o mesmo período de 2017. A Comparaonline chegou a esse cálculo analisando 200 cotações. Um carro como o Renault Logan teve aumento de 54,32%, sua cobertura subiu de R$ 5.084,81 para R$ 7.846,99.
Alternativas de rastreio e monitoramento
Uma alternativa para quem não pode pagar a apólice tem sido as empresas de rastreio e monitoramento. As companhias oferecem preço mais competitivo, caso o veículo também tenha um seguro para casos de furto e roubo. Os valores são mais baixos porque não há cobertura parcial ou carro reserva. Os serviços de monitoramento são majoritariamente procurados por motoristas de aplicativos. A taxa de instalação de um aparelho de monitoramento é de R$ 299, mais R$ 193 mensais (em Junho/2018). Essa cotação considera um perfil de homem, na faixa de 30 anos de idade, que mora em casa com garagem na zona leste de São Paulo.
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Há casos de motoristas que não conseguem encontrar um seguro possível de se adequar ao seu orçamento. Quando o motorista informa que presta serviço de transporte de passageiros, começam as complicações. O valor dispara, como no caso do motorista da Uber, Luiz Augusto Machado, de 41 anos, que teve a cobrança do seu seguro, de R$ 4.500 passar para R$ 8.000, depois de informar a utilização do carro.
Evidentemente, por mais que trabalhe, um motorista de aplicativo não consegue assumir uma despesa desse porte com o seguro do veículo. Por esse motivo, muitos motoristas estão omitindo essa informação, para conseguir pagar um valor possível. Mas, se acontecer um acidente enquanto trabalha, o motorista de aplicativo provavelmente vai ter problemas com a seguradora. A questão é que muitas empresas se negam a cobrir os danos, caso a informação tenha sido omitida e o acidente ocorrer na situação de transporte de passageiros. Entretanto, no caso de sinistro como roubo e furto, não haverá distinção se o carro estiver a passeio ou em uso em aplicativo.
Conteúdo revisado por Walter Tadeu de Oliveira Filho, Corretor de Seguros – Registro SUSEP: 201103878
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