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Como o aumento dos combustíveis afeta a nossa vida

A alimentação é um setor muito afetado pelo aumento dos combustíveis, porque no Brasil o frete é um dos componentes principais dos preços de alimentos. 

Como o aumento dos combustíveis afeta a nossa vida

Imagem: Getty

Aumento no preço de combustíveis e alimentos

O aumento do valor dos combustíveis dificilmente se restringe ao que se gasta a mais na hora de abastecer o carro em um posto de gasolina. Muitos outros produtos e serviços podem ser afetados por um reajuste no combustível, que é utilizado no transporte dos produtos.

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O preço do frete vai subir, segundo o presidente da Coopertan, Cooperativa dos Transportes Autônomos. O impacto é causado pelo aumento no preço do diesel. Quando o frete fica mais caro, os produtores repassam o aumento para os produtos. O preço do transporte sempre reflete os custos com manutenção dos veículos, o salário dos motoristas e o combustível.

A cesta básica, por exemplo, vai ter seu custo alterado pelo aumento dos combustíveis. Nos estados mais distantes dos centros produtores, como é o caso de Roraima e Rondônia, os produtos como hortifrutigranjeiros são comprados em São Paulo. Somente alguns itens são de produção local ou regional e não sofrem alteração por aumento do frete. Os comerciantes, para fugir dos aumentos, também recorrem a estratégias como aumentar o volume de compras, para conseguir preços com descontos. Isso faz com que comprem em excesso, para favorecer o preço final ao consumidor, principalmente quanto aos itens da cesta básica.

Gasolina, diesel e etanol

Segundo o Governo Federal, através de nota do Ministério da Fazenda e do Planejamento, o aumento no preço da gasolina, diesel e etanol foi para recuperar a arrecadação e possibilitar o cumprimento da meta fiscal de um déficit primário de R$ 139 milhões. O aumento deverá significar uma arrecadação a mais de R$ 10,4 bilhões até o final do ano. A alíquota do PIS e Cofins, no litro da gasolina, passou de R$ 0,38 para R$ 0,79. No litro do diesel, de R$ 0,24 para R$ 0,46 e no etanol, passou de R$ 0,12 para R$ 0,13.  A decisão de aumentar o preço para o consumidor ficará a critério do posto de combustível. Entretanto, se o posto repassar o total do reajuste, o aumento será de 7%. O preço final do litro da gasolina deverá ficar R$ 0,41 mais caro, o diesel ficará R$ 0,21 mais caro e o etanol R$ 0,20, por litro.

Impacto do aumento dos combustíveis na inflação e no orçamento

Especialistas calcularam que o aumento das alíquotas de PIS/Cofins sobre os combustíveis será equivalente a um índice de 0,5% sobre o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Ampliado), que mede a inflação.

Na hora de abastecer o veículo, o consumidor perceberá o aumento claramente, porque para encher um tanque de 45 litros terá que desembolsar R$ 18 a mais do que antes do reajuste.

Entretanto, os economistas calculam que os preços dos alimentos se manterão em baixa, devido à safra recorde, além de existir uma expectativa de que a Petrobras continue a baixar os preços dos combustíveis nos próximos meses, de forma que deverá ser compensado o efeito da elevação do imposto sobre a inflação.

Os economistas mais pessimistas acreditam que a previsão para o IPCA deverá ser revista, passando de 3,8% para perto de 4%.  De qualquer forma, essa previsão continuaria abaixo da meta da inflação estabelecida pelo governo federal, que é de 4,5%. Até agora, as expectativas para o IPCA para 2017 é que fechará o ano em 3,29%.

O impacto do aumento do preço dos combustíveis parece não mudar o que se espera para o comportamento da inflação atual, que continuará abaixo de 4% e próxima de 3%. Entretanto, o impacto continua no bolso do consumidor e no orçamento mensal do cidadão, uma perda que não é compensada, porque não há aumentos salariais à vista, quer na iniciativa privada, quer para o funcionalismo público.

Portanto, avaliar o aumento dos combustíveis apenas pelo seu impacto moderado sobre a inflação é uma análise míope, que não considera o orçamento cada vez mais restrito do trabalhador e seus gastos com locomoção e transporte.

O aumento dos combustíveis afeta o orçamento do trabalhador que não tem carro

É ingenuidade achar que o aumento dos combustíveis não vai chegar no seu bolso. Isso porque até mesmo os artigos de vestuário e os eletrônicos terão seus preços reajustados. O impacto do aumento chega também para quem não tem que abastecer um carro.

É fácil perceber que a gasolina e o diesel mais caros elevam os custos dos fretes, do transporte público e de uma série de outros serviços. O resultado é que o aumento será repassado ao preço dos produtos, sejam alimentos, calçados, roupas e até eletrônicos.

O aumento sobre o diesel é o que causa o maior efeito cascata indireto, porque recai sobre o transporte de mercadorias. Os supermercados, mercados e shoppings provavelmente vão reajustar os preços dos produtos. A conta é, portanto, paga por todos os consumidores, em pequenos aumentos por todos os produtos que compram, desde os de primeira necessidade até os mais eventuais.

Felizmente o impacto do aumento do preço do diesel sobre a inflação foi de 0,01 ponto percentual, bem inferior ao aumento da gasolina, que foi de 0,45.

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No Brasil, 5% do preço das mercadorias correspondem ao custo do frete, porque com as distâncias entre os centros consumidores do país, os produtos viajam grandes distâncias até chegar aos mercados, com custos de transporte altos. A maior parte do transporte é rodoviário, com o uso do diesel para abastecer os caminhões. Segundo a Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC), o preço do frete deverá subir 4% nos próximos meses.

Portanto, o reajuste tende a afetar as regiões Nordeste e Norte, para onde vai a produção do Sudeste e Sul. Apenas o efeito não será maior porque, no período de crise que atravessamos, as empresas enfrentam a concorrência com redução das margens de lucro e evitando subir os preços, com medo de perder a clientela.

Transporte público e o aumento do diesel

O diesel mais caro exerce maior pressão sobre o preço dos transportes públicos. As empresas de ônibus podem pressionar as prefeituras para que aumentem o subsídio dos transportes, porque haverá aumento nos custos para as companhias de ônibus. Em muitos municípios, como no caso de São Paulo, os prefeitos prometeram em suas campanhas para eleição que não aumentariam o preço das passagens de ônibus. Mas com a alta do preço dos combustíveis é bem provável que haja a necessidade de reajuste no valor das passagens.

Para onde vai o dinheiro do imposto

O Governo Federal deseja, através do aumento das alíquotas do PIS/Cofins sobre os combustíveis, obter recursos para pagar os juros da dívida pública. Em 2017, pela terceira vez consecutiva, o governo apresenta prejuízo, com crescente endividamento. O aumento, segundo anunciado pelo Ministério da Fazenda, é parte da promessa de cumprir a meta de resultado primário. Isso significa que, ao contrário do que se espera, os recursos não serão investidos em educação ou na recuperação da economia e da infraestrutura, mas no grande déficit nas contas do país, o que somente contribui para manter um círculo vicioso, porque não faz com que a arrecadação com a atividade econômica cresça.

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Conteúdo revisado por Walter Tadeu de Oliveira Filho, Corretor de Seguros – Registro SUSEP: 201103878

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